30.3.09

Taylorismo


No período feudal, o modo de produção estruturava-se em colectividade, não havia mobilidade social e o espaço de trabalho era colectivo onde todos iniciavam e terminavam os seus trabalhos participando em todo o processo de confecção da produção. Nesta época o aprendizado frequentava as oficinas onde o mestre ensinava ao aprendiz o ofício. Com o passar do tempo este modo foi sofrendo modificações. Inicialmente as fábricas ainda tinham a mesma estrutura do feudalismo, porém aos poucos o homem deixa de ter ligação com o trabalho e surge a figura do chefe. Este usa ferramentas para obter lucro (trabalho humano e a máquina). A produção em série faz com que o homem perca a intimidade com o trabalho, a sua responsabilidade fica fragmentada, porém oferece ao capitalista maior eficiência na possibilidade de ampliar o lucro. Segundo alguns críticos, o Taylorismo é um modelo de produção que vem consolidar o processo capitalista onde o trabalhador perde a autonomia e a criatividade, acentuando assim a dimensão negativa do trabalho. Recebe esse nome por ser um método de planeamento e de controle dos tempos e movimentos no trabalho, com as seguintes características:
1) padronização e produção em série como condição para a redução de custos e elevação de lucros.
2) trabalho de forma intensa, padronizado e fragmentado, na linha de produção proporcionando ganhos de produtividade.
O método de administração científica de
Frederick W. Taylor (1856-1915), tem como objectivo aumentar a produtividade do trabalho. Para ele o grande problema das técnicas administrativas existentes consistia no desconhecimento, da parte da gerência, bem como pelos trabalhadores, dos métodos optimizados de trabalho. A busca destes métodos seria realizada pela gerência, através de experimentações sistemáticas de tempos e movimentos. Uma vez descobertos, os métodos seriam repassados aos trabalhadores que se transformavam em executores de tarefas pré-definidas.
O
Taylorismo consiste ainda na dissociação do processo de trabalho nas especialidades dos trabalhadores, ou seja, o processo de trabalho deve ser independente do ofício, da tradição e do conhecimento dos trabalhadores, mas inteiramente dependente das políticas regidas. Taylor separa a concepção (cérebro, patrão) da execução (mãos, operário). Nega ao trabalhador qualquer manifestação criativa ou participação. Para tudo isso é fundamental a hierarquia e a disciplina. Isto foi o que predominou na grande indústria capitalista ao longo do século XX e é um modelo que ainda está bem vivo em algumas organizações, apesar de todas as inovações. A crise deste modelo surgiu em grande parte pela resistência crescente dos trabalhadores ao sistema de trabalho em cadeia, à monotonia e à alienação do trabalho super fragmentado.

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